A CAPACIDADE DE NEGOCIAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO PRESIDENTE TEMER (PMDB-SP) – (I)
A CAPACIDADE DE NEGOCIAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO PRESIDENTE TEMER (PMDB-SP) – (I)
Magno Pires
A capacidade de negociação e articulação do presidente Michel Temer (PMDB-SP) com as denominadas forças políticas e/ou a classe política brasileira tem sido fantástica e grandiosa.
Os encontros do presidente da República, com os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, deputado Rodrigo Maia (Dem-RJ) e o Senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE) são permanentes e necessários nesse momento político tão confuso e incerto da política brasileira. Sua liderança política, entretanto, é forte, embora impopular na sociedade. As reformas propostas, especialmente a da Previdência, imponhem-no esse legado.
E, sem esse diálogo constante de Temer com os políticos, é impossível o gerenciamento do País. A gestão administrativa, propriamente dita, e a econômica só estão tendo continuidade e sendo consolidadas porque o presidente Temer tem assegurado, permanentemente, a gestão política, com muita habilidade, nos entendimentos com a classe política.
No regime presidencialista, que pressupõe a existência efetiva do Senado e da Câmara, que formam o Poder Legislativo, nenhum presidente da República se manterá no exercício da presidência se não exercer um diálogo assíduo, constante, persiste, com os congressistas – deputados e senadores –, bem como as lideranças partidárias.
O presidencialismo é um regime político que pressupõe materialmente a articulação, o diálogo, a negociação e a transação de poderes e/ou cargos, estendendo-se por todo o ordenamento e estâncias administrativas da gestão pública brasileira. E, lamentavelmente, sem essa troca e permuta de poderes (políticos e cargos), que o presidente terá que ceder, nenhum avançará, poderá perder forças; exauri-se politicamente e se enfraquece tanto que se tornará impraticável permanecer no exercício da presidência.
O ex-presidente Collor de Melo e a ex-presidente Dilma Rousseff(2011–2016) foram desapiados da presidência da República, através de impeachment, principalmente porque não negociaram permanentemente com a classe política e o Senado e a Câmara. Subestimaram as classes congressuais, embora eleitos com amplas maiorias de voto. Mas, é preciso que compreendam todos os presidentes que eleição e administração são coisas diversas, distintas, embora embrincadas.
O eleitorado transfere, entretanto, para os poderes da República a capacidade de gerenciarem o país. E o Congresso Nacional é o órgão supremo nessa questão política. Justamente porque deputados e senadores têm a capacidade e/ou poder de retirar o presidente da República do cargo independentemente da anuência popular, após a eleição.
O presidente Juscelino Kubitschek, (1956-1961)foi um negociador hábil e permanente na presidência da República. E Collor nem sequer o imitou. Aliás, esse presidente, não tinha parâmetro para nada. Era arbitrário e imponente. Imperial. Não dialogava com políticos e Senado e a Câmara.
O ex-presidente Lula, outro grande negociador como presidente da República; embora o PT, à moda centralista dos regimes ditatoriais, arrastasse para si o interesse maior na gestão pública. Criou problemas graves para Lula. Mas, enquanto presidente, Lula superou essa arrogância do partido. Dilma, nem sequer dialogou e à moda de Collor, foi também autoritária no exercício da presidência. Não conversou, assiduamente, com a classe política, nem com o seu partido; tampouco com o Congresso Nacional. Por isso, foi cassada pelo impeachment.
Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 93.032.218 acessos em 8 anos e um mês, e-mail: [email protected].