A CAPACIDADE DE NEGOCIAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO PRESIDENTE TEMER (PMDB-SP) – (II)
A CAPACIDADE DE NEGOCIAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO PRESIDENTE TEMER (PMDB-SP) – (II)
Magno Pires
Deixei, porém, a apreciação sobre o ex-presidente Sarney (21 de abril de 1985 – 15 de março de 1999) e sua gestão política, por último, para demonstrar e ratificar à história que o maranhense foi hábil, humilde, prudente articulador e moderador, negociador, transacionou cargos, exercendo a presidência num dos períodos mais difíceis e confusos da história política brasileira. Primeiro, teve que assumir a presidência, como substituto eventual de Tancredo Neves, pelo falecimento deste. Quem imaginaria que Tancredo morresse antes de tomar posse.? Essa foi a maior questão pessoal para solução de Sarney... Segundo, as esquerdas não o aceitavam. Nem sequer o toleravam. E a direita não confiava no maranhense. Mas Sarney superou-se, conversando com os setores radicais da direita e da esquerda. Enfim, dialogando, permanentemente, com os políticos de todas as matizes filosóficas e ideológicas. E fez habilmente a travessia muito conflituosa entre a extrema direita civil e militar, que comandava o país, da qual fez parte, com relevância para os militares, e a esquerda radical e de oposição, para um regime democrático pluripartidário; e consolidando este com a promulgação de uma nova Constituição, carta de 1988, através de uma Assembleia Nacional Constituinte.
O presidente Michel Temer concluirá o seu mandato. O Brasil precisa dessa garantia constitucional. Até porque os setores econômicos, industriais, financeiros e de serviços estão em franca recuperação, embora lentamente; repassando a certeza de que os processos estão em vias de consolidação. E a renúncia e o impeachment são assuntos superados na agenda do País. Neste momento, deixaram de replicar na sociedade.
Os protestos de rua também deixaram de acontecer. Refluíram. Sucumbiram à gestão Temer pela sua capacidade política e de gestão em negociar com todos os segmentos sociais, econômicos e políticos.
A inflação muito baixa e abaixo da meta. Os juros caíram, sendo a taxa SELIC mais baixa dos últimos anos. O desemprego caindo. A recuperação econômica é uma realidade. Os segmentos sociais estão sitiados. Os setores radicais e os partidos da suposta esquerda nacional, especialmente PT, Rede, P-Sol, PPS... criticam o Presidente, pelas transações na liberação das verbas orçamentárias, hoje impositivas, por conta da denúncia do ex-Procurador-geral da República, Rodrigo Janot. É da natureza do presidencialismo congressual a liberação dessas verbas para atender aos partidos e aos políticos. E as liberações foram feitas, inclusive para as agremiações adversárias políticas de Temer no Congresso Nacional.
Além da primeira denúncia, o PGR, antes de concluir o seu mandato, encaminhou nova denuncia ao Congresso Nacional contra Temer, com base na delação premiada, agora tornada sem efeito, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, dois contraventores contumazes, apoiados, no início, por Janot.
Atualmente a nova denuncia, está sendo analisada pelo Congresso Nacional. Essas denúncias estão prejudicando o Brasil e o seu desenvolvimento, a saída da maior recessão da história, porém, o ex-Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não liga para esse forte detalhe. É um eterno flechador de Temer, com muito ódio e rancor, atua politicamente no cargo. Até os petistas e o PT reconhecem isso; contudo, não defendem, explicitamente, a sua permanência, porque o radicalismo ideológico não permite e a recente cassação da ex-presidente Dilma pelos deputados e senadores, com o embasamento jurídico-constitucional do STF.
Ora, Temer continuará negociando. Pois, se assim não o proceder, cairá irremediavelmente. Os deputados e senadores o cassarão. E/ou o farão renunciar. Para o bem do Brasil e sua consolidação política, econômica e social, neste instante, é melhor Temer permanecer presidente. Não há, presentemente, no Brasil, um político com o perfil e as condições técnicas e políticos de exercer a gestão do país como Michel Temer. É professor e doutor em Direito Constitucional pela USP- Universidade de São Paulo. Possui vasta capacidade de articulação e negociação com a sociedade e os setores políticos, embora sua impopularidade, por conta das reformas impopulares, notadamente a Trabalhista e a Previdenciária, tão necessárias ao país, que está realizando.O presidente não está interessado em ser popular (e/ou populista). Preocupa-o, isto sim, a administração e a saída do país da crise, isto é, o Brasil, com desenvolvimento sócio-econômico-político e cultural: sustentável a longo prazo. Esta é a agenda do presidente.
Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 93.032.218 acessos em 8 anos e um mês, e-mail: [email protected].