Política

A DECISÃO POLÍTICA E DEMOCRÁTICA DO SENADOR

A DECISÃO POLÍTICA E DEMOCRÁTICA DO SENADOR

A DECISÃO POLÍTICA E DEMOCRÁTICA DO SENADOR

 

Magno Pires

 

              O agora oposicionista, Senador Ciro Nogueira (Progressistas), será vidraça, constantemente estilhaçada, pelos governistas, especialmente os petistas e demais seguidores do Governador.

              Os líderes políticos de 2010, Sílvio Mendes, Marcelo Castro, Wilson Martins, que estiveram na oposição ao petismo, porquanto os dois primeiros eram candidatos majoritários a Governador e a Vice, respectivamente, e Wilson Martins, Governador do Estado, mas apoiando o emedebista Marcelo e o peessedebista Sílvio Mendes; presentemente, estão todos divididos, sendo Marcelo, Senador da República, apoiado pelo petismo; Wilson Martins entre retornar ao leito petista e apoiar o MDB, com o aval de Themístocles; e Sílvio Mendes, com o Senador Ciro Nogueira (Progressistas). São as voltas e os meandros da política partidária. Todos sem querer perder o poder. E Wellington travando todos, com sua forte liderança, mas em queda.

              A política partidária, em qualquer lugar do planeta, é feita de traições, acordos, articulações, conciliações, transações e enormes e tradicionais somas de recursos públicos e privados, especialmente aqueles. E quem não caminhar esse trajeto fracassará; consequentemente não terá êxito. Sucumbirá diante da realidade insofismável.

              O Senador Ciro fazia a sua caminhada política, rumo ao Palácio Karnak, com a construção de um belo trabalho, sensibilizando e angariando aliados em todos os municípios e tornando o seu partido Progressistas o maior do Piauí. E competindo, notadamente com o petismo Wellingteano; e com forte tendência de suplantá-lo em quase todos os municípios do Estado.

              Esse antagonismo, liderança e protagonismo de Ciro, causaram inveja aos setores governistas, notadamente quando Ciro aproxima-se do presidente da República – o capitão da reserva do Exército Brasileiro, que está fazendo a diferença, com momentos de alta e baixa na gestão nacional –, mas incomodando às supostas esquerdas lideradas pelo ex-presidente da República, presidiário Luís Inácio Lula da Silva. E esse alinhamento com Bolsonaro foi a gota d’água, primordialmente, para o Governador romper com o Senador Progressistas, bem assim o trabalho diário e fecundo do Senador Ciro.

              Ciro, como presidente do Progressistas, comanda um indivisível grupo de políticos da suposta direita nacional; grupo de depurados federais e senadores, denominado de Centrão, com indivisível e indubitável liderança nacional, em apoiamento e/ou embasamento político ao presidente Bolsonaro e à sua política econômica e gerencial, que o presidente não poderá prescindir que apoiem a sua política incondicionalmente.

              O Senador Ciro perde, evidentemente, o apoio do Governador petista, entretanto o presidente do Progressistas, receberá do Palácio do Planalto o necessário e imprescindível apoio à sua eleição como candidato oposicionista ao governo Estadual.

              No entanto, nesse primeiro “round”, ganha Ciro e perde Wellington, porque a Vice-governadora petista Regina Souza não será candidata ao Palácio Karnak, mas o emedebista, Senador Marcelo Castro, que nem sequer era cogitado a ser o eventual candidato do situacionismo ao Palácio Karnak. Não é homem de confiança dos petistas, mas o momento impõe o seu nome para neutralizar o MDB.

              Agora, consequentemente, o Senador Ciro e o Governador, vão “peitar” por poder e emparelhar-se nas eleições municipais, deste ano, e no evento eleitoral do distante 22, quando o Senador Ciro, após percorrer os mesmos caminhos de Mão Santa, Wellington e Wilson Martins, retirará Regina Souza e o petismo do Palácio Karnak, para estabelecer-se triunfalmente, como governador vitorioso, no cobiçado Palácio Karnak, habitado por Wellington e o seu grupo político por quatro mandatos, com forte apoio popular e eleito sempre no primeiro turno, fato inédito na política partidária do Piauí.

              Entretanto, rompido com Ciro e apoiando o Senador Marcelo Castro, para Governador, Wellington Dias não deixará de ser eventual candidato ao Senado da República, certamente com uma eleição garantida senão fizer terra arrazada contra as pretensões legítimas do Senador Ciro Nogueira. Terá que escolher entre sentar o Senador Marcelo Castro na poltrona do Poder Executivo do Estado e eleger-se Senador. Justamente porque não poderá consagrar os dois cargos a crédito de sua coligação em 22.

              O agora preferido do Governador, Marcelo Castro, como eventual candidato em 22, mas o petismo insiste na indicação do Secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, também desejoso de candidatar-se ao Governo estadual no evento pré-nominado.

 

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras e o Vice-presidente, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected]         

Foto: https://www25.senado.leg.br/web/senadores/senador/-/perfil/739