Política

A VICE MAIS COBIÇADA

A VICE MAIS COBIÇADA

A VICE MAIS COBIÇADA

Magno Pires

 

            O Cargo majoritário mais cobiçado às eleições de 2018 é a Vice-governadoria da reeleição do Governador Wellington Dias (PT). Exatamente porque os partidos interessados na 2ª benesse mais relevante do Piauí entendem (e/ou asseguram) que o petista chefe do Poder Executivo está com sua reeleição garantida. É vitória consumada, mas isso é muito relativo. Por que as oposições não têm um candidato competitivo para disputar; embora os grandes esforços dos líderes oposicionistas; porém continuam desarticuladas e sem indicar, logo, um eventual postulante que agregue os interesses e as propostas de todo o grupo. O que se observava e se comenta nas rodas políticas e nos bastidores é que todos querem ser candidato, mesmo sem muitos deles apresentarem qualquer viabilidade eleitoral. E, enquanto isso, a reeleição do governador se consolida. Navega em céu de brigadeiro.

            A Vice-governadoria está sendo disputada pela Vice-governadora Margarete Coelho (PP); pelo deputado Themístocles Filho (PMDB) e presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (este se não for o ungido, lançará o dr. Pessoa, Governador em 2018); o empresário João Vicente (sem partido) que dissimula querer ser eventual candidato a Governador, contudo está também, mais mirado na Vice (Dir-se-ia que em março lançará sua candidatura ao governo);  a esposa do prefeito de Teresina, Lucy Silveira, agora no PP do Senador Ciro, tendo migrado do PSDB para essa agremiação, atendendo conveniências políticas da esposa e do Senador mais influente do Piauí; e, finalmente, o deputado Júlio César (PSD), que entrou na briga; e, por isso, poderá perder o deputado dr. Pessoa, que quer ser eventual candidato ao governo do Estado e Júlio nega esse direito.

            O ex-governador Wilson Martins (PSB) lança, por exemplo, Norberto Campelo ao governo, porém, não tem o mesmo comportamento relativamente ao ex-ministro João Henrique (PMDB), que o recebera na sede no seu Partido, o PSB, em reunião solene.

            O Governador Wellington, para permanecer com os apoiamentos de Margarete, Ciro Nogueira, Themístocles, Lucy/Firmino e Júlio César ou dos partidos, aos quais estão filiados: PP, PMDB, PSDB e PSD, respectivamente, terá que fazer uma forte engenharia política para mantê-los todos sob sua guarda. Efetivamente não conseguirá. Consequentemente haverá dissidência. A cofusão será enorme. E escolhendo o ex-Senador João Vicente, desconsiderando os demais, a debandada da boiada, será enorme; podendo inviabilizar o seu projeto político de reeleição. Principalmente se o Senador Ciro Nogueira e o PP não forem contemplados. O Estado não pode perder o embasamento de Ciro em Brasília.

            As direitas no Brasil viveram anos sob a tutela do PFL. E caíram, reduziram-se ao DEM; vários anos no ostracismo e na oposição, somente com a queda de Dilma e a presidência de Michel Temer (PMDB) ressuscitaram, detendo agora a presidência da Câmara com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). É o cabeça do centrão.

            As esquerdas percorram o mesmo caminho e a travessia do PFL, com o PT, partido em queda constante, principalmente com o impeachment de Dilma e os processos do ex-presidente Lula e de vários de seus líderes. Inclusive com prisões e condenações. O PT terá que refundir-se, reprogramar-se, alterar conceitos e filosofias, podendo até mudar de nome, como o ex-PFL, para reabilitar-se. As eleições de 2018 dirão o tamanho do estrago no partido. Lula, ainda é, o maior líder do Brasil. Mas, até quando? Os processos de Lula Lava-Jato lhe são todos desfavoráveis.

            A direita sucumbira porque não fez o que a sociedade reclamava. Vários anos no poder. Negou cidadania, direitos, distribuição de renda e até democracia. Comandava a ditadura de 64. Havia um patrimonialismo exacerbado e sem limite, com o enriquecimento ilícito de milhares de pessoas. Era um tempo sem a Lava-Jato do presente.

            As esquerdas terão relativa influência no atual processo político porque prevalece a mudança de rota, contrariando e desconsiderando postulados básicos históricos da programação do partido (PT) e um infatigável e incongruente exibicionismo, além de um egoísmo imponderável, em desconhecer as demais agremiações, mesmo que fazendo coligação com o PMDB e os outros partidos, porém, para simples sustentação congressual.

            O predomínio político autoritário, o protagonismo imposto às demais agremiações e o excesso de propaganda enganosa prejudicaram a sua ascendência ao futuro, com queda, por conta do exagerado protagonismo político.

            Os postulantes ao Governo do Estado e à Vice mais cobiçada da história política do Piauí às eleições de 2018, trabalharão as suas manifestações e os seus interesses políticos em 2018, dentro desse cenário político acima, com mudanças nos principais partidos do país. E deverão considerar nas suas decisões os fortes desejos da sociedade porque o quadro nacional requer muitas mudanças. Os movimentos sociais, por exemplo, não estão se manifestando contra Michel Temer, estão calados. O que está havendo? estão satisfeitos com as ações e medidas do governo Temer? Algo benéfico deverá surgir brevemente. Tenho esse pressentimento.

 

           

Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 91.600.120 acessos em 7 anos e 11 meses, e-mail: [email protected].