BREVES PERFIS DE JÂNIO E COLLOR, EX-PRESIDENTES DO BRASIL
BREVES PERFIS DE JÂNIO E COLLOR, EX-PRESIDENTES DO BRASIL
Magno Pires
Jânio Quadros (1961-1961) e Collor de Melo (1990-1992)
Eram histriônicos e intempestivos.
Jânio renunciou a presidência da República;
Alegando pressão de forças ocultas terríveis, mas o queria
mesmo era dar um golpe de Estado e
tornar-se ditador.
Collor de Mello foi afastado pela Câmara e
Senado, através de um processo de impeachment,
após corrupção profundamente investigada
pelos órgãos institucionais.
Jânio Quadros era professor de português e literatura. Poliglota, culto, literato, político, prefeito de São Paulo e Governador do Estado.
Collor de Mello, fluente em inglês, empresário da Comunicação, jornalista, político, prefeito de Maceió e Governador de Alagoas.
Tanto Jânio quanto Collor eram líderes populistas; oradores influentes e homens que lideravam e galvanizavam pelo discurso as massas com as suas oratórias de forte apelo populista.
Jânio marcou o exercício de sua rápida gestão com os famosos bilhetes, que mandava para Ministros, e a popular Vassoura que varria a corrupção. Ambas expressões e ações notabilizaram a sua rápida administração presidencial. Além de seus trejeitos ao andar e falar, dignos de um verdadeiro ator em palco.
Collor de Mello também, com jeitos e trejeitos de ator de cinema, tipo galã, bonitão, arrogante e prepotente. Vestia-se muito bem. Era soberbamente vaidoso.
As marcas de sua gestão que cravaram no consciente popular da Nação, foram: Caça aos Marajás – servidores públicos com altos salários e que trabalhavam pouco –; e escrachou os veículos produzidos no Brasil, apelidando-os de Carroças e/ou carros de péssima qualidade; abriu o Brasil ao Mercado Mundial e fez uma profunda reforma administrativa, extinguindo órgãos no serviço público federal.
Jânio e Collor, embora políticos tradicionais e conservadores; não tiveram habilidades suficientes para tratar ou negociar com o Senado e a Câmara. Eram eméritos inábeis, impulsivos, inarmônicos, personalidades fortes e grandiosa incapacidade para o diálogo, e a conversação e comunicação com deputados e senadores.
Jânio Quadros faleceu sem ver o resultado de sua rápida passagem pelo Planalto. Não contou sua história. Não escreveu as suas memórias; nem fez diários como Getúlio e Fernando Henrique Cardoso. Tampouco leu sua bibliografia escrita pelos historiadores.
Collor de Melo, após a prescrição de sua cassação, para exercer mandatos políticos, imposta pela condenação do impeachment, pelo Senado e a Câmara, retorna à política partidária e elege-se Senador da República por Alagoas. Foi denunciado na Lava-Jato por desvio e apropriação de verbas públicas da Petrobrás. E, atualmente, é denunciado no STF como Senador:
O ex-presidente Collor foi inocentado pelo STF em relação a todas as ações judiciárias interpostas, enquanto esteve na presidência e após a saída da Chefia do Poder Executivo Nacional. O presidente renunciou ao mandato, porém, o processo de impeachment estava consumado.
O povo brasileiro não esquecerá jamais a “Casa da Dinda”, de Collor de Melo, onde o presidente também praticava zabumba, com magia negra da cultura africana, com sacrifício de animais, da qual era adepto; as suas andanças de moto em alta velocidade pelas ruas de Brasília; sua coleção de carros modernos e caríssimos; sua impetuosidade, sua forte personalidade e arrogância; e a sua retirada do Planalto, acompanhado da esposa, e segurando a sua mão; abandonaram o Palácio de Mãos dadas.
Jânio e Collor eram carismáticos. E com o invulgar carisma que possuíam, convenceram à sociedade e ao eleitorado, com forte apelo populista e as ações e as metas que se propunham para reconstruir o Brasil; e torná-lo um país desenvolvido; e livrá-lo da corrupção.
Todos os candidatos a presidente têm esse mote e/ou programação.
Collor de Melo ainda denunciou o ex-presidente José Sarney ao STF, por corrupção, como meio para alcançar a vitória na sua eleição presidencial. O combate radical à corrupção e aos marajás foram, talvez, as metas principais do seu programa de Governo.
Jânio era um intelectual. Muito mais preparada que Collor.
Mas, após passados vários anos de suas gestões e de suas carreiras políticas, bens sucedidas, o que se verifica é que não estavam preparados para exercer o poder do mais relevante Cargo do Brasil; embora políticos com experiência nas chefias do Poder Executivo e seus Estados de nascimento.
Parece-me, entretanto, que ambos não tinham a dimensão exata dos históricos, reais, enormes e vários problemas do Brasil.
Por isso, sucumbiram à voracidade de suas faltas de dimensões e à incapacidade de administrá-las em ações conjuntas, harmônicas, com o Legislativo e o Judiciário. Subestimaram estes poderes.
A impetuosidade, a imprudência e o despreparo para o Cargo, levaram-nos para o sacrifício e à nostalgia política. Collor de Melo, entretanto, sobreviveu e elegeu-se Senador da República pelo seu Estado natal.
Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected].