Entretenimento

Campanha reforça valorização da vida e combate à depressão

Campanha reforça valorização da vida e combate à depressão

Se liga! Dê um like na vida”. É tema da campanha de valorização da vida e de combate à depressão lançada nesta terça-feira (17) pelo Ministério da Saúde e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A ideia é chamar a atenção, principalmente dos jovens, para a importância de momentos de qualidade com amigos e familiares.

A campanha, que tem filme para cinema e internet, spot e cartaz será veiculada de 17 de setembro a 1° de outubro e chama os jovens a se desligarem um pouco do mundo virtual e compartilharem momentos com a família e os amigos. Também reforça a necessidade de que todos fiquem atentos aos sintomas da depressão e busquem ajuda.

Entre 2015 e 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou aumento de 52% nos atendimentos ambulatorial e de internação relacionados à depressão, passando de 79.654 para 121.341 procedimentos. Na faixa etária de 15 a 29 anos, público-alvo da campanha, o aumento foi de 115% no mesmo período, evoluindo de 12.698 para 27.363 procedimentos.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou a importância do debate e disse que a prevenção à depressão, ao suicídio e a automutilação façam parte de uma mobilização intersetorial com a participação das áreas de saúde, assistência social, educação, justiça e economia.

“Tem um fenômeno mundo real versus mundo virtual que está fazendo com que nossas crianças e adolescentes tenham muita dificuldade de passar por essa fase de adolescência. Precisamos estar muito perto, reduzir a hora tela, fazer eles entenderem que o mundo real está aqui e é bom viver. A campanha é para trazer as pessoas para os amigos, o esporte, a família, e que as pessoas tenham um olhar, percebam e ofereçam ajuda para essas crianças e adolescentes”, disse Mandetta.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, destacou que a campanha traz um cuidado especial com os jovens e a saúde mental. “O suicídio não é cultura, é questão de saúde mental”, afirmou.

 

Depressão e tratamento

A psiquiatra e diretora de saúde mental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Elaine Bida, explicou que a depressão tem múltiplos fatores e é um dos problemas que mais leva ao suicídio, além de trazer outras doenças e sintomas como falta de sono e apetite.

Em relação aos jovens, ela fez um alerta aos pais que fiquem atentos à mudança de comportamento como isolamento, agressividade ou retraimento.

“Às vezes as pessoas não dão tanta importância e acham que é uma forma de chamar a atenção. Realmente é uma forma de chamar a atenção pedindo ajuda. Já tivemos várias situações de tentativa de suicídio que tinha a depressão como pano de fundo e era produto de uma família que precisava ser ajudada”, explicou.

No mundo, nos últimos 10 anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A doença pode atingir qualquer um e a recomendação é buscar ajuda. Foi o que fez o fotógrafo de Brasília Jean Paulo Marques, de 44 anos. Ele contou que desde os 11 anos tinha um sentimento de tristeza e isolamento. No ano passado a dor e o sofrimento se tornaram insuportáveis e ele quis tirar a própria vida. Recebeu atendimento em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do Distrito Federal e descobriu que depressão tem tratamento e pode melhorar. Um ano após ter iniciado o tratamento, ele falou sobre a importância de ter pedido ajuda e receber atendimento no Caps.

“Venho lutando há anos contra a depressão, tudo que acontecia eu ficava calado, guardava pra mim. Vim procurar ajuda com mais de 40 anos. Hoje participo das terapias, comecei a fototerapia. A cada dia estou lutando, passo a passo. Estou sendo acompanhado e estou feliz porque as pessoas aqui acolhem. Esse acompanhamento está me ajudando”, disse.

O SUS oferece assistência integral às pessoas com transtornos mentais. Entre os serviços de referência estão as 43 mil Unidades de Saúde da Família, na atenção primária, que atendem 63% da população.

Há ainda os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que já são 2,5 mil em todo o país. Nesses serviços o cidadão é atendido e, caso haja necessidade, é encaminhado para atendimento especializado na Rede de Atenção Psicossocial (Raps).

Em 2018, o orçamento para a saúde mental foi de R$ 1,5 bilhão. Para esse ano, a previsão é de que sejam investidos R$ 1,6 bilhão.

Fonte: Portal Brasil