Política

CIRO, SÓ SERÁ GOVERNADOR EM 22, ROMPENDO COM OS SITUACIONISTAS? SIM.

CIRO, SÓ SERÁ GOVERNADOR EM 22, ROMPENDO COM OS SITUACIONISTAS? SIM.

CIRO, SÓ SERÁ GOVERNADOR EM 22, ROMPENDO COM OS SITUACIONISTAS? SIM.

 

Magno Pires

 

            A ruptura e/ou dissidência na coligação governista que elegera o governador Wellington Dias (PT) em 2018 não é mais uma possibilidade, porém, será uma realidade eventual. O que muitos líderes políticos piauienses nem sequer imaginavam, que jamais aconteceria, o certo é que o Senador Ciro está se distanciando estrategicamente do Palácio Karnak e do Chefe do Poder Executivo.

Alega-se que o Governador não está atendendo às demandas dos coligados, especialmente aquelas requeridas pelo Senador Ciro. Porque ele é provável eventual candidato a Governador às eleições de 22, abrindo antecipadamente o evento, e o Chefe e líder do PT acham que é muito cedo para postular o cargo majoritário. O Senador Ciro não nega este interesse e disse que poderá romper com o esquema. Indo tratar de sua candidatura e do seu partido, o Progressistas, que é a agremiação que mais cresce no Estado. Sendo também o maior complexo político-partidário do Estado, com aproximadamente 90 prefeitos.

            O Senador Ciro promoveu um mega-evento, reunindo todas as lideranças que lhe apoiam, como vários prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, líderes municipais e o Governador não teria sido convidado, o que está trazendo desconfortos e constrangimentos políticos, notadamente ao PT, e aos demais coligados do PT e do situacionismo.

            Se reafirmada a falta do convite ao Governador, está explícito e também confirmada a dissidência, com o Senador fora do governismo, que ajudou a construir e a montar e que foi vitorioso em 2018, com o Governador Wellington sendo reeleito pela 4ª vez.

            Bem, agora, rompido com a coligação governista e eventual candidato a governador em 2022, Ciro vai trilhar os mesmos caminhos percorridos pelos ex-governadores Mão Santa, Wellington e Wilson Martins, para ganhar a Chefia do Executivo do Piauí.

            O Governador Wellington não poderá querer esgarçar irresponsavelmente a coligação governista, alegando que Ciro é infiel a ele e ao grupo, quando o Senador Ciro tem sido humilde, moderado e contido em suas manifestações, esperando uma palavra do Chefe do Poder Executivo sobre a sua pretensão, mas Wellington tem se mantido calado e indiferente. E Ciro não tem gostado; certamente, por isso, fizera esse mega-vento como demonstração de poder, de força, de liderança política e capacidade de tornar-se a figura maior do Piauí, como Chefe do Poder Executivo do Piauí.

            Como já dissemos em artigo passado, o Governador Wellington Dias também não deverá chafurdar a coligação. Ele é candidato a Senador da República e deve manter um equilíbrio diplomático harmônico invulgar porque quer os votos e o apoio de toda a coligação; e querendo impor um candidato a Governador do PT, provavelmente a Vice Regina Souza, perderá o embasamento dos coligados. Afinal, sempre teve o apoio à sua candidatura a Governador.

            Wellington e o PT, poderão querer impor o nome da Vice-Governadora petista Regina Sousa, como eventual postulante ao cargo majoritário do Poder Executivo às eleições de 22, para confrontar com Ciro.

            Wellington, embora o maior líder político do estado, está sem condições de fazê-lo porque é candidato a Senador da República, e vai querer o apoio da coligação à sua eleição, que evidente terá seus problemas inter e extra-partidários na coligação.

            A iminente saída do Senador Ciro da coligação governista, enfraquecerá o Governo; e as oposições, com certeza, restarão fortalecidas. E a Vice, ainda poderá querer, assumindo efetivamente o Poder Executivo, porém, não terá as mesmas condições políticas e estratégicas de Wellington porque não é uma política renomada, com votos e poderes, do maior líder estadual Wellington Dias. Entretanto, Ciro, por conseguinte, deverá receber o apoio de outros partidos da coligação governista.

            Mas, todos querem saber o destino do MDB, com o desmonte da coligação, diante do seu DNA de não ficar fora de nenhum governo. O governismo do MDB é fantástico e histórico. É um partido adesista às situações e conveniente aos seus interesses. E MDB só apoiará a eventual candidatura de Ciro se tiver certeza absoluta de sua vitória. O partido não consegue conviver na oposição. Foi aliado de Mão Santa em 94. E, deste ano até o presente, não abandonou o governo. São, portanto, 25 anos no poder. O MDB não toma decisão em grupo e sempre há dissidências.

            Acredito que, sendo Ciro o eventual candidato das oposições, o prefeito de Teresina, Firmino Filho, será o Vice e/ou candidato a Senador para confrontar com Wellington Dias. O PSDB deverá apoiar Ciro, desde que este desponte como candidato viável e politicamente consolidado.

O cenário político deste momento no Piauí, relativamente à sucessão estadual de 22, é sintomático e disparadamente favorável à candidatura de Ciro ao Governo por conta da enorme quantidade de prefeitos e lideranças filiadas ao seu Progressistas. E o seu afastamento do Governo, desmontando a coligação, fortalece as oposições; torna viável o seu projeto; enfraquece o governismo e se viabiliza o mais efetivo postulante ao Poder Executivo. Os seus opositores serão, apenas, os ex-aliados do governismo, especialmente os petistas. Contudo, até esses, poderão aderi-lo, verificada a sua viabilidade eleitoral ao cargo de Governador, sem o provável apoio do Chefe do Executivo piauiense e do PT; porque poderão preferir a eventual candidatura da Vice-governadora Regina Souza.

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected].