Política

CULPA DOS GESTORES (I)

 
*Magno Pires
         Faltam continuidade e perseverança nos diversos programas, planos e projetos aprovados para o Piauí pelos governos estadual e federal. Alguns, entretanto, foram concluídos, após vários anos em execução. Outros, porém, como os projetos de irrigação dos tabuleiros de Parnaíba e Guadalupe, há vários anos em implantação, e sempre demandando suporte adicionais de recursos para sua conclusão, o que encarece exorbitantemente o custo final desses empreendimentos. Também a forte influencia político-partidária exerce demasiado atraso na sua finalização. Essa instabilidade executiva na implantação desses investimentos inibe o desenvolvimento socio-conômico sustentável do Estado. Mas, o fator político é o que mais impede o desenvolvimento adequado da economia piauiense, com as características do patrimonialismo, do clientelismo, agregando uma insistente e perniciosa burocracia. Esses três fatores são intensamente defendidos e desenvolvidos pela maioria dos políticos do Estado, os quais mantêm esses aspectos para assegurar benefícios financeiros que subvencionam as suas atividades políticas e preservam os seus mandatos. E, nos comandos das diversas Secretarias do Estado, órgãos decisórios, autarquias e empresas públicas estão políticos que se preocupam menos com as atividades dessas instituições e mais com a manutenção de seus mandatos. Os objetivos finais desses órgãos são secundários porque o principal e essencial para eles é usá-los nas condições ideais que possam manter as suas funções em prol de seu mandato. A mudança será difícil e demorada. A matriz político do Piauí é ainda semi-feudal, escravocrata e institucionalmente reacionária.
         O ex-governador Mão Santa deu um grande passo no sentido de melhorar as feições politicos-administrativos do Piauí, com várias ações que dirigiam a administração do Estado para esses objetivos. O ajuste fiscal da maquina pública às condições técnicas e financeiras que permitissem sobras de recursos para os investimentos.
         A implantação do PDV foi medida necessária e essencial para viabilizar a aplicação desses recursos conquanto reduzira drasticamente em 37% o percentual de comprometimento das despesas com pessoal, adequando o Estado aos limites legais da emenda constitucional Nº 101/98. E, posteriormente , com a provação da Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000. Esse ajuste legal foi de suma importância porque retirava o Piauí da difícil e incomoda posição de não ter recursos suficientes para investir e assim não conseguir desenvolver a economia estadual.
         As vastas potencialidades econômicas do Piauí não podem continuar intactas. Sem produzir nada para o bem estar material e espiritual dos piauienses. Essas riquezas permanecem improdutivas por culpa exclusiva dos homens públicos piauienses: gás, petróleo, ferro, níquel, milhões de hectares de terra dos cerrados, os baixões, os rios, os riachos, os lagos, as lagoas, os taboleiros, babaçu, carnaúba, tucum, caju, parques ecológicos, chuvas regulares, solo, energia... todos inexplorados e/ou produzindo apenas o suficiente à manutenção de algumas atividades com pouco beneficio social para o homem. Algumas delas nenhuma produção.
Magno Pires é Presidente da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (CEPRO)
e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.
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