Dilma Rousseff garante que reforma política é prioridade em seu segundo mandato
A presidenta Dilma Rousseff prometeu concentrar forças no segundo mandato no diálogo com todos os setores da sociedade e na reforma política. As afirmações foram feitas em duas entrevistas a redes de televisão na noite dessa terça-feira (29).
Dilma defendeu a maior participação popular - seja por meio de realização de um plebiscito ou referendo - em seu segundo mandato, pois o tema amplamente discutido e reivindicado durante a campanha eleitoral.
“Quero a participação popular. Nesse processo eleitoral, estive com muitos movimentos, muitas representações, e eles fizeram uma coleta de assinaturas que foi muito expressiva. Eles propõem consulta popular e propõem uma Assembleia Constituinte exclusiva”, afirmou a presidenta reeleita no domingo.
Confira trechos das entrevistas:
Economia
A presidenta falou sobre a necessidade de reconquistar a confiança do mercado na economia brasileira e afirmou que, segundo as agências internacionais sinalizaram, não haverá risco de redução do risco Brasil antes de 2015.
“A economia brasileira possui fundamentos fortes. É importante que nós todos nos unamos no sentido de perceber que o Brasil tem fundamentos fortes. (…) Os investidores internacionais mantêm um grau de investimento direto no Brasil muito expressivo. Nós somos um dos países que mais atraem investimento direto externo. Nós não temos essa sinalização de que vai haver, num futuro imediato uma redução do grau de risco no Brasil”, disse.
Crise internacional
Dilma Rousseff garante que o governo brasileiro tem buscado enfrentar a crise sem comprometer empregos e salários dos trabalhadores.
“Acredito que o Brasil, hoje, tem condições de sair desse processo de baixo crescimento em busca de um processo de mais alto crescimento. Nós temos um mercado interno robusto, porque milhões de brasileiros foram para a classe média. Somos um País que temos uma proteção externa, ninguém sofre como sofria porque não tinha reservas, nós temos reservas e elas nos protegem.”
Crise hídrica
A presidenta também comentou sobre a ajuda do governo federal ao estado de São Paulo para enfrentar a falta de água na região, inclusive com repasse de recursos para obras de enfrentamento.
“Aquilo que São Paulo precisar da nossa ação, nós faremos. Independentemente do que diga a Constituição, esse é um problema tão grave que afeta toda a população brasileira, São Paulo, a economia e tudo”, explicou a presidenta.
Corrupção
Conforme entrevistas concedidas nesta segunda-feira (27), Dilma tornou a defender a investigação no caso da Petrobras.
“Eu não trato de corrupção somente em época eleitoral. Se você mantém a impunidade você está sancionando a corrupção. Então eu quero essa investigação doa a quem doer, não deixando pedra sobre pedra”, enfatizou ela.
Diálogo com segmentos econômicos e oposição
A presidenta afirmou querer um Brasil unitário, em que sejam respeitadas as diferenças e opiniões para o amplo debate das mudanças e reformas necessárias ao País.
“Não quero uma união que torne tudo pasteurizado. Eu quero uma união que as pessoas mantenham as suas posições, as suas diferenças de opinião que possam agir de forma diversificada, não é monolítica, e que ao mesmo tempo, conversem”, avaliou.
Parceria com os Estados Unidos
Por ocasião do telefonema do presidente Barack Obama nesta tarde, Kennedy questionou sobre a relação bilateral com os EUA. Dilma afirmou que deseja inverter o déficit comercial com os Estados Unidos.
“Nós temos imenso interesse em uma parceria estratégica com os EUA no que se refere à inovação, ciência e tecnologia, além de cooperação nas áreas estratégicas de defesa, tecnologia e relações comerciais”, analisou. Ela lembrou ainda do encontro com Obama na cúpula do G-20 em novembro, na Austrália, e disse estar encaminhada futura visita ao país.
Homofobia
A presidenta Dilma tornou a endossar compromisso assumido durante a eleição, com projeto que criminaliza a homofobia. Ela classificou como uma “medida civilizatória” e enfatizou que dará apoio integral à demanda.
“O Brasil tem que ser contra a violência que vitima a mulher, a violência que muita vezes, de forma aberta ou escondida, também fere os negros, que é a maioria da nossa população. E também tem que ser contra a homofobia, porque isso é de fato uma barbárie”, finalizou.
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