EVENTUAIS CONCORRENTES ÀS ELEIÇÕES 2014 (I)
As forças políticas formadas em 2010, com vistas às eleições que elegeram o governador Wilson Martins, desarticularam-se e formam blocos independentes, objetivando as eleições de 2014, num movimento crescente, ascendente, e inexorável que nenhum líder partidário estancará. Algo inimaginável e de difícil caracterização está
ocorrendo para formatar essa, ao mesmo tempo mobilização e desarticulação; porém, com objetivo definido, para os agentes políticos, mesmo ainda tão distante dos eventos político-partidários de 2014. O fato intangível é que há uma movimentação intensa que não será obstacularizada. E o político que tentar barra-lá sucumbirá irrefreavelmente no mar revolto de suas fortes ondas.
As forças políticas, assim mobilizadas, querem mudanças, certamente com algumas insatisfações, com o bloco geo-político principal ou com a liderança estrelar expoente.
Pela leitura atual, cinco líderes políticos, com a possibilidade de um sexto, articulam-se à sucessão de 2014, distante ainda a dezoito meses para acontecer. Contudo, em abril/2014, começam os prazos para desincompatibilização dos possíveis candidatos.
O ex-governador Wellington Dias (PT) lançou-se pré-candidato e faz as suas caravanas, iniciando o seu périplo pela região do Médio Parnaíba. Embora os inúmeros senões de sua administração de oito anos é um forte candidato, com grande apelo popular. É um líder carismático. É difícil derrotá-lo. Embora que não esteja sentado nas confortáveis condições que lhe deram a grandiosa vitória de sua primeira eleição. E para a obtenção da reeleição foi muito mais fácil. O seu pífio desempenho na sua eleição para prefeito de Teresina em 2012, não inviabiliza sua trajetória. Tampouco o mensalão e o desgaste do PT a nível nacional. A presidente e o ex-presidente Lula, além do PT nacional, estão aí para apoiá-lo, ambos com grande capilaridade e popularidade.
O vice-governador Zé Filho é outro que se lança pré-candidato e tenta viabilizar a sua eleição no PMDB (que não tem nenhum problema interno), nos partidos aliados, junto ao governador Wilson Martins (PSB). Contudo, desincompatibilizado-se o governador Wilson Martins, Zé Filho assumirá a governança estadual, e, sem dúvida, é um quadro fortíssimo às eleições de 2014. Terá poder político, financeiro e administrativo, passando a ser o mais forte para o evento, embora sem forte apoio popular como o concorrente Wellington. Zé Filho, além de Governador, que assumirá o cargo de Chefe do Executivo Estadual, ainda disporá de todo o grandioso acervo e poderio estrutural da toda poderosa Federação das Indústrias do Piauí – FIEPI, para cuja presidência foi eleito com o apoio do poderoso pai, ex-deputado estadual e federal Antônio José de Moraes Sousa. A FIEPI foi o quartel geral da eleição vitoriosa de Mão Santa em 1994. Mas poderá ter problema a enfrentar dentro do PMDB; certos segmentos fortíssimos dessa agremiação, tem clara e factível opção pela pré-candidatura do ex-governador Wellington Dias. É o PMDB histórico que negocia tudo para sobreviver. Deve, antes que tudo, unificar o PMDB, para não ser traído na undécima hora. Certos quadros do PMDB, adoram trair, porque não conseguem ficar fora do poder um segundo.
O senador Ciro Nogueira (PP) e o seu grupo trabalham com a opção do cargo majoritário. O senador também seria concorrente na condição de pré-candidato a governador. É que, após as vitorias de Mão Santa (PMDB) em 94, de Wellington Dias (PT) em 2002; e de Wilson Martins (PSB) em 2010, todos se acham na confortável condição de concorrer ao cargo majoritário de governador. Ciro, como Zé Filho e Wellington Dias são jovens. O senador do PP tem recursos financeiros e grande capacidade de mobilização, mas para enfrentar Dias e Zé Filho deve melhorar substancialmente seu desempenho político. Tem de ganhar os rincões do Sul do Estado. O eleitorado do Norte além de independente é cobiçado por todos os candidatos; por isso, que Ciro deve embrenhar-se no interior do Estado.
Os tucanos articulam-se com o ex-prefeito Sílvio Mendes. O nome do médico está muito massificado no Piauí. A sua imagem ficou cravada nos lares dos piauienses. A indecisão é uma característica do PSDB. Com as derrotas Silvio Mendes ficou arredio e rancoroso, condutas pouco recomendáveis e ou incompativeis para quem é político. O partido tem a prefeitura de Teresina com Firmino Filho.
O senador João Vicente Claudino (PTB), também derrotado, nas eleições majoritárias de 2010, pretende disputar o cargo do governador, embora negue. Caso contrário, disputará a renovação de seu mandato. Poderá bater de frente com Wilson Martins, provável concorrente ao senado. O presidente do PRTB é o poderoso empresário João Vicente Claudino, pai de João Vicente. O partido cresceu muito no Piauí sob a presidência do Senador. Entretanto carece de uma forte liderança. Não tem base popular. A articulação partidária deixa muito a desejar. A agremiação é vista como detentora de forte apoio financeiro por conta do Grupo Armazém Paraíba. O maior do Piauí. Teve péssimo desempenho nas eleições de 2010. Acaba de perder a prefeitura de Teresina, com a derrota de Elmano Ferrer (PTB), para Firmino Filho (PSDB).
Por último, o Deputado Federal e Secretário de Educação Átila Lira (PSB) poderá ser lançado pelo governador Wilson Martins. Átila e Wilson Brandão acompanham o governador para quase todos os eventos. Mesmo para que um ou outro seja postulante ao Executivo piauiense, o Governador deverá permanecer no cargo, o que inviabiliza as chances de Zé Filho de concorrer à eleição no exercício do cargo de governador. E nessa condição, ninguém saberá se ele ainda será candidato porque todos os aliados correrão para os braços de Wilson Martins porque exercerá sua forte determinação e liderança para eleger o candidato do PSB ao governo. Nessa hipótese, todos os demais postulantes estarão inviabilizados politicamente em suas pretensões. Inclusive Wellington Dias, nem sequer o PSDB apresentará candidato porque Firmino Filho tem laços políticos fortíssimos e de amizade com Wilson Martins. Portanto, tudo ainda dependerá da movimentação do governador. A mola mestra da sucessão é o Chefe do Executivo.
O PMDB, o PSDB, o PSB, o PTB e o PT detém prefeituras estratégicas no mapa politico do Piauí. Elegeram os prefeitos de Picos, Uruçuí, Barras (PMDB), Oeiras, Piripiri, Floriano (PSB), Firmino Filho (PSDB), Corrente (PTB) e Parnaíba (PT), respectivamente. Saíram fortes do evento eleitoral, com maior capacidade de mobilização, destacando-se Kleber Eulálio , Jesualdo Cavalcanti, Firmino e Odival Andrade todos líderes estaduais, com grandioso impacto eleitoral, nas respectivas regiões geopolíticas de sua abrangência. Kleber, Jesualdo Cavalcanti, Odival e Renata poderão mobilizar prefeitos e lideres municipais da periferia de seus municípios para o centro. E essa articulação, mobilizarão, se efetivadas, decidirão uma eleição estadual, embora agremiações com perfil político e ideológico distintos. Mas isso não vale nada no Piauí. Os políticos piauienses agem apenas por interesses pessoais e corporativos. Nada ideológico.
A sucessão de 2014, com prováveis seis pré-candidatos, como disse acima, está na rua. É o movimento para eleger o sucessor do governador Wilson Marins. É irreversível, embora extemporâneo, para alguns líderes políticos.