IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA?

Magno Pires

            Notadamente os tucanos, com a derrotada do senador mineiro Aécio Neves, no último pleito presidencial, nem sequer toleram falar na vitória da reeleição da presidente Dilma Rousseff e na sua gestão. E querem derrubá-la da presidência  de qualquer forma; praticando uma oposição sem eira nem beira; e com argumentos que contrariam frontalmente a Constituição Federal. Apeando-a do governo, querem nova eleição, certamente. Depois do impeachment do ex-presidente Collor de Melo, que foi inocentado em todas as suas acusações pelo Supremo Tribunal Federal – STF, virou moda falar-se em cassação de presidente no Brasil. Embora isso represente desrespeito à soberania popular e à democracia, além de conotar um sentimento de retrocesso constitucional, conquanto a Constituição Federal, que representa o sentimento nacional consolidado, esteja sendo estuprada, jogada na lata de lixo.

 Os oposicionistas do governo e de Dilma não se cansarão de enveredar nesse mesmo caminho; entretanto não obterão êxito; embora os fortes apelos na rede social, especialmente de seus adversários da última eleição.

            A coligação PT/PMDB e demais partidos da base aliada, que consagrou a vitória da presidente Dilma Rousseff, não aprovará esse impeachment, mesmo com a vitória do deputado Eduardo Cunha (PMDB) à presidência da Câmara Federal. O próprio parlamentar, em entrevista à imprensa, assegurou que não discutirá esse assunto; portanto não é prioridade de sua gestão à frente da Câmara Baixa.

            A oposição conta com PSDB, agremiação na qual  Aécio é filiado, mas derrotado por Dilma, o PSB, PPS, o PSOL, que não dispõe de deputados suficientes para aprovar a cassação. Evidente, que entre esses, há os da base que estão insatisfeitos com o governo da União. Porém, ainda assim, sem número insuficiente de parlamentar para aprovar o monstro político do impeachment.

            O Brasil, com essa tendência doentia à iniciativa de  cassação ou a esse suposto desejo, parece mais uma republiqueta que olvida da democracia e dos seus fortes e consolidados fundamentos em beneficio do povo.

            A consolidação do regime democrático está estratificada no povo, que vota livremente, na constituição, que deve ser respeitada, nos órgãos institucionais (Justiça, STF e STJ, MPF e estadual, TCU, CGU, Receita Federal...) e o Senado e Câmara. A imprensa livre compõe esse cenário democrático. Estas instituições estão funcionando plenamente no Brasil tanto no governo anterior de Lula como no atual de Dilma; E acompanham regularmente, investigando os problemas ocorridos na administração federal com o mensalão e com a Petrobras, alem de outros em outras instancias administrativas. Se pretendem cassar a presidente, procurem outras motivações. Por que, o pais, sob Dilma, está na sua plenitude democrática, embora os tucanos constestem com o seu oposicionismo sem beira nem eira.

Magno Pires é advogado e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.

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