Política

INDIFERENÇA DOS POLÍTICOS, INTELECTUAIS, PROFISSIONAIS LIBERAIS, EMPRESÁRIOS E RICOS

INDIFERENÇA DOS POLÍTICOS, INTELECTUAIS, PROFISSIONAIS LIBERAIS, EMPRESÁRIOS E RICOS

INDIFERENÇA DOS POLÍTICOS, INTELECTUAIS, PROFISSIONAIS LIBERAIS, EMPRESÁRIOS E RICOS

 

Magno Pires

 

            Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em suas pesquisas científicas regulares, informa que de uma população de 3,3 milhões de habitantes do Piauí 1,3 milhão são pobres, miseráveis, e passam privações seriíssimas, inclusive fome. São subnutridos e cadavéricos. Não tendo o que comer diariamente. Representam 42% da população que têm rendimentos de R$ 420,00 por mês. É uma infâmia. Uma desgraça. Um horror!...

            Entretanto, os políticos, os empresários, os intelectuais, profissionais liberais e os ricos acham que isso é invenção do IBGE, em suas pesquisas, que têm caráter científico.Evidente que há os segmentos que têm preocupação com esses piauienses.

            Esses políticos, empresários e ricos se aproveitam dessa gravidade da fome e tiram proveito dessa situação obtendo vantagens políticas, lucros em suas atividades empresariais e aumentando o seu patrimônio pessoal.

            Como a maior tragédia da humanidade é a pobreza. E a enorme quantidade de pobres e miseráveis do Piauí denuncia a insensibilidade desses setores quanto à gravidade desses milhares de piauienses.

            A pobreza estimula a desigualdade de renda, com o aumento descomunal da concentração da renda, aprofundando as incertezas econômicas e o fosso entre classes, para o futuro quanto à solução desse desregramento sócio-econômico e político.

            Contudo, os fortes investimentos realizados na região dos Cerrados, com o plantio de enormes áreas, com grãos e algodão; os grandes investimentos também executados em energias eólica e solar no Semiárido; as jazidas de ferro em Paulistana; as perspectivas alvissareiras de produção de gás e petróleo na bacia sedimentar do Rio Parnaíba a partir de Floriano e mais 34 municípios; as grandes jazidas de cobre em Corrente; as jazidas de calcário que se fincam especialmente nos municípios de Antônio Almeida e Sta. Filomena; o minério de Cel. Gervásio Oliveira; o artesanato de Cel. José Dias e os parques turísticos das Serras da Capivara em São Raimundo Nonato e das Confusões em Caracol; a  melhoria do rebanho, tudo isso constrói as argamassas do porvir.

            Mesmo com esses 1,3 milhão de piauienses que passam fome, moram em condições degradantes e estão abaixo da linha da pobreza, além da insensibilidade de políticos, empresários e ricos à solução de seus problemas, as perspectivas anotadas acima, aumentam a certeza de que, independentemente da ajuda de setores poderosos da sociedade, há um cenário mais do que viável e positivo de que a tendência, com a execução e sustentabilidade desses investimentos, que a situação desses piauienses não se agrave mais e melhore substancialmente.

            Entretanto, não será Teresina, como o maior centro comercial e político do Estado, tampouco o meio norte do Estado, bem assim o litoral piauiense, ainda inexplorado e oferecendo pouca condição de comodidade aos turistas, por carência da infraestrutura física e social, como boas estradas, hotéis, resorts, restaurantes, energia de qualidade, comunicação, saúde, educação, áreas urbanas..., que haverão de impulsionar a economia piauiense, rumo ao desenvolvimento, porém, o extremo Sul (Cerrados e Semiárido), com as vantagens e projetos econômicos nominados acima.

            E, também é bom ressaltar, que poucos e/ou raros empresários e homens de negócio do Piauí, contribuíram àqueles investimentos. Os poucos grandes empresários do Estado continuam atrelados aos recursos e obras, tendo o Estado como maior financiador.

            O Estado das relações promíscuas patrimoniais com agentes públicos e privados ainda prevalece fortemente. E, este, é um dos sinais da pobreza estadual. Esta cultura permanece lucrativa para esses grupos.

            O Piauí continua sendo o Estado mais pobre do Nordeste e sempre aliado do Maranhão. E essa mesma condição pontuam o nível nacional. Os sucessivos governadores do Piauí e do Maranhão são os responsáveis pela situação degradante desses dois Estados federados.

            Enquanto essa condição miserável do Piauí e do Maranhão, os demais estados da região desenvolveram as suas economias; inclusive com os grandes benefícios oferecidos pela SUDENE.

            O Piauí, devido a fraqueza de seus governadores, que não atuaram fortemente junto à SUDENE, recebera poucos benefícios da pauta enorme de recursos ordenados e oferecidos pela Autarquia regional.

            Para finalizar, quero significar, que, se o Piauí e o Nordeste, com os seus políticos, empresários e ricos não tiveram capacidade, arregimentação, liderança e condições de sensibilizar o Governo Federal de então, para manter a SUDENE rigorosa e com recursos, não terão empenho para preservar qualquer outra instituição, ainda que sem o nível técnico, financeiro, estratégico e de planejamento como a SUDENE.

 

 

Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected].