MÃO SANTA PODERÁ FAZER A “2ª REVOLUÇÃO”
Magno Pires
O pré-lançamento da candidatura do ex-governador e ex-senador Francisco de Assis Moraes Sousa – o popularmente conhecido Mão Santa – ao governo do Estado está causando grande preocupação, ansiedade e estresses nos agentes políticos, no eleitorado e na sociedade; principalmente nos agentes políticos, por conta da sua forte penetração, credibilidade e enorme quantidade de votos espontâneos, notadamente nos segmentos sociais mais pobres e fragilizados social e economicamente onde o político parnaibano detem grande prestigio. Persistindo com a candidatura provocará 2º turno nas eleições de 5 de outubro. Queiram ou não os demais líderes piauienses.
Especula-se, entretanto, que o lançamento de sua pré-candidatura está vinculado a sua insatisfação à exclusão feita pelos lideres do PMDB, do PSDB e do PSB, lançando Sílvio Mendes (PSDB) e Marcelo Castro (PMDB), respectivamente, vice governador e governador às próximas eleições, com preterição do seu sobrinho Antônio José Moraes Sousa Filho (PMDB) alegando que ele (Zé Filho) não teria condições politicas de vencer o pleito majoritário; embora o próprio Mão Santa (PMDB), Wilson Martins (PSB) e Wellington (PT) tenham iniciado as suas campanhas para governador com baixos índices percentuais nas pesquisas, notadamente Mão Santa (PMDB) e Wilson Martins, e venceram os pleitos eleitorais e as reeleições. Por que apenas Zé Filho não teria condições politicas de concorrer e vencer o pleito majoritário?
Na verdade, o que o ex-governador Mão Santa pretende é que Zé Filho seja o candidato a governador, numa conduta constitucionalmente lícita, mas que provocará, se materializada, uma verdadeira revolução na sucessão, porque significará a substituição de Marcelo Castro e provavelmente do médico Sílvio Mendes porque dissera que só seria vice de Marcelo Castro (PMDB).
A pré-candidatura do vice-governador Zé Filho ao governo do Estado, como quer Mão Santa e outros líderes piauienses, provocará uma rearumação radical na sucessão, mas dará maior estabilidade ao PMDB, que está dividido, à sucessão, embora com a saída de Marcelo Castro.
A ciência politica é uma disciplina que se movimenta na instabilidade, na imprevisibilidade, na imprecisão, na inexatidão, porque os seus cenários são voláteis – cheios de emoções, e mudam constantemente, dependendo do grau de exasperação dos agentes políticos e de seus interesses.
Se o ex-governador e ex-senador convencer ao vice-governador Zé Filho, através de seus discursos, de suas entrevistas e das pregações, da sensibilização das massas populares, que ele seja o candidato ao governo, estará fazendo outra revolução, provocando a 2ª revolução politica no estado, com forte mudança na matriz politica piauiense, a exemplo de 1994, quando elegeu-se governador com um discurso modernista e de vanguarda, que empolgou o mundo politico do estado; inclusive com imenso apoio dos parnaibanos, embora o desgaste politico atual e a idade lhe sejam obstáculos. Entretanto, os são para todos.
Magno Pires é ex-Secretário de Administração do Estado do Piauí e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.
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