MOVIMENTO DAS RUAS
A Presidente Dilma Rousseff, em sua fala à nação, após os movimentos sociais de 17/6, foi pragmática, enfática e didática, esclarecendo que não aceitará nem sequer tolerará a baderna e anarquia.
Os baderneiros e anarquistas somaram-se ao movimento dos pacifistas para praticar as suas violentas ações contra o patrimônio público e privado para deslustrar as contestações legítimas.
Protestar contra o aumenta abusivo de passagens, contra os péssimos índices registrados na educação, na saúde, na segurança pública é legítimo.
Demonstrar sua indignação contra a péssima segurança pública existente no país, a corrupção e outros males que atormentam o dia-a-dia dos cidadãos, por omissão do Estado, é justo. Ninguém é contra, inclusive a presidente Dilma Rousseff. Ela deixou claro em seu pronunciamento. Tanto que negociará com os lideres do movimento para atender algumas demandas.
O movimento não foi pacifico porque uma parcela de baderneiros e anarquistas, enlouquecidos, infiltrou-se entre os pacifistas e puseram os seus ânimos bestiais no quebra-quebra de vidraças, carros e incendiando bens materiais de cidadãos. E enfrentando o aparato policial.
O Direito de ir e vir também está constitucionalmente assegurado. E as ruas prestam-se para essas ações de brasileiros, para reclamar, porque querem a melhoria do país.
Os brasileiros protestam porque sabem que as mudanças surgirão a partir daí. Algo será feito para que as vozes das ruas sejam atendidas.
Quando o povo vai às ruas é porque o Congresso Nacional – Senado e Câmara – e os líderes partidários omitem-se de suas ações e não ocupam os seus espaços. Não fazem as reformas reclamadas pela sociedade.
O movimento, entretanto, foi difuso nas suas postulações. Não havia um objetivo único definido. Como os sentimentos que moveram a Abolição da Escravatura, a Independência, a Revolução de 1817 em Pernambuco, a Balaiada no Maranhão e no Piauí, as Diretas Já, Fora Collor, dentre outros nacionais. Por isso, fracassará parcialmente. Não terá a repercussão que os seus idealizadores desejam. Portanto, algo será esquecido. Não será materializado. Atendido.
O movimento começou em São Paulo, num protesto contra o aumento das passagens; estendera-se pelo Rio de Janeiro; chegou a Brasília na abertura da Copa das Confederações, com vaias injustas à presidenta Dilma.
A Copa das Confederações e as Copas de 2014 e 2018, embora com superfaturamento em algumas obras das arenas, trarão fantásticos investimentos ao país. Isso poucos ressaltam. Criticam apenas os gastos com a construção dos estádios.
E os jovens, na sua maioria desconhecem os resultados positivos desses eventos para todos os setores econômicos, sociais, financeiros, turísticos e culturais.
Também não foi um movimento contra a presidente Dilma, embora atinja o PT e o PSDB, precipuamente, e outras agremiações da base governista; o PSDB insiste na argumentação de que foi contra Dilma, com olho na eleição de 2014.
Esta insurreição, embora difusa, dispersa nos seus objetivos, não prejudicará a reeleição de Dilma. Alguns partidos como o PSDB e o DEM entendem que a reeleição está perdida. Enganam-se todos, inclusive a classe média que participou ativamente do evento.
A PEC 37 foi implodida pelos manifestantes. Portanto, arquivar ou votar imediatamente. O Presidente da Câmara, Henrique Alves, deve colocá-la em pauta. Pois adiar a votação da abjeta PEC 37, como fizera, indignará mais ainda os sentimentos das ruas. O clamor nacional é de que ela é prejudicial ao Brasil e à sociedade.
O Congresso Nacional não fez as reformas Trabalhista, Tributaria, Previdenciária, tão vitais ao Brasil, e a Política. Desse movimento surgirá uma Emenda Constitucional popular para fazer a Reformar Política. Certamente a principal delas. E será logo. Justamente porque os parlamentares não a aprovam. O Congresso omite-se de sua função e o povo ocupa o espaço, até com mais legitimidade.
Entretanto, iniludivelmente, deputados, senadores e governadores não atendem os anseios populares e o povo responde, indo às ruas, para requerer direitos históricos regateados pelos políticos, embora consagrados e/ou eleitos para satisfazerem as demandas da sociedade.