Política

>O COERENTE E PACIENTE WILSON

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     Coerente. Paciente. Determinado. Ousado. Humilde. Articulador. Quem articula, agrega. O paciente é sempre humilde. A coerência leva à determinação. E quem ousa, consegue. Tudo que se falar agora da conduta de Wilson parecerá supérfluo, mas não é; nesse traumático e difícil episódio da escolha pelo governador Wellington do candidato da base governista. Nesse cenário não haverá queixosos e insatisfeitos. Justamente porque não há unanimidade.
     Foi uma articulação tortuosa. Politicamente para todos os agentes que compunham a equação. Contudo, ficará evidente à história que Wilson Martins destacara-se, especialmente pela coerência e paciência, porque jamais deixara de transparecer ao governador e aos demais integrantes da quadra, que em qualquer circunstância, seria candidato ao governo estadual. E têm os aspectos políticos e técnicos mais favoráveis. Jamais desistira do que postulara. Nunca deixara de conversar com todos os agentes políticos – deputados, prefeitos, vereadores e a sociedade. Sempre esteve ao lado e bem próximo de Wellington. Nada obstante o que lhe diziam do PT. Perseguiu incansavelmente o seu objetivo. Não ouvira boatos e conversas fiadas. Não exorbitou e nem exasperou-se. Manteve a paciência, a tranqüilidade e a serenidade. Não foi um estrategista frio e insensível, embora médico, habituado a lidar com mortos e doentes. E aflições de famílias, quando perdem entes queridos. Manteve a intimidade com a razão. Se teve momentos e/ou instantes de desilusão, não deixara transparecer àqueles que o cercavam. Foi um líder sereno na eqüidistância dos fatos, das situações, das armações, das provocações, das traições..., embora os vivenciando. Sabia, entretanto, que esse comportamento estava sendo observado e analisado pelos articuladores. E notadamente pelo governador Wellington que daria o veredicto final. E pela sociedade e o eleitorado. Não se intimidara com o poder econômico e político de um dos integrantes do cenário. Ainda assim, não agrediu os fatos. Manteve a serenidade. Sabia, contudo, que também tinha um enorme capital de ativo político e administrativo porque pelo período de 3 anos auxiliara o governador nas decisões na gestão estadual. E era íntimo, reciprocamente, em todos os atos gerenciais. Nenhum dos outros obtinham essas condicionantes à decisão de Wellington. Era fundamental numa base objetiva e concreta, acima e abaixo, dos demais concorrentes. Embora sabedor dessa situação, que lhe era intensamente favorável, não se eximiu de prosseguir no trabalho de convencimento de que era o candidato mais viável. E o mais apropriadamente a ser ungido.
     Agora, após empossado como chefe do Poder Executivo e mais fortalecido para concorrer ao cargo, deverá exercer com mais habilidade as condicionantes acima nominadas, que formam a sua conduta, não só pessoal, porém, técnica e política, porque poderá ter (acho que não terá) o senador João Vicente Claudino (PTB-PI), como concorrente, dissuadindo da base governista. Políticos e empresários, que têm enormes interesses financeiros e políticos, especialmente aqueles no estado, necessariamente não podem divergir da orientação governista implantada no ente público porque correm o risco de ter os seus desejos bloqueados.
     Compreendo, portanto, que Wilson terá apenas um adversário (Sílvio Mendes) porque os Claudinos têm outros motivos para permanecer na base de apoio ao governador Wilson Martins. E o senador João Vicente poderá aguardar para 2014, pois o governador não poderá mais concorrer ao atual cargo, porque é inelegível à pasta. E assim, Wilson exercerá as suas atribuições políticas e administrativas subordinadas às condições e circunstanciais acima relatadas. Wilson não prejudicará nenhum partido da base. Será um governador justo com todos, embora uma tarefa ultra dificílima, que jamais terá unanimidade. A política é uma ciência inexata.