PIAUÍ: POBRE, MISERÁVEL E CONCENTRADOR DE RENDA
Sem mudanças na matriz política, o Piauí permanecerá um Estado pobre, miserável e fortemente concentrador de renda, com aumento progressivo das desigualdades sociais. Com esse molde, continuará a unidade federada mais pobre do Nordeste e a 23° do Brasil. Com essa forma política, os piauienses ainda ostentarão, relativamente ao restante do pais, um Estado de profundas desigualdades sociais e econômicas, tipicamente concentrador de renda, sem perspectivas de um desenvolvimento econômico sustentável. Esse útero prosseguirá sem quaisquer alterações que possam beneficiar futuramente todo o corpo social. E não haverá também qualquer transformação na área geracional, financeira e econômica, exceto para permitir continuar favorecendo os mesmos setores e/ou agentes, sem repercussão significativa e/ou proativa na sociedade. Justamente porque a matriz política, que conduz o processo, é a mesma, com características patrimonial e familiar, ainda com fortes vícios feudais e escravocratas.
A eleição para a Assembléia Legislativa do Piauí foi um verdadeiro show e sucessão histórica de parentes. Aliás, o ultimo evento político, caracterizou-se pela preferência do eleitor, em eleger os filhotes dos deputados, prioritariamente, as esposas, os irmãos e sobrinhos. Os familiares em primeiro lugar. É assim que o eleitor parece gostar. Os políticos querem que permaneça dessa maneira, dessa forma. E haverá de continuar, enquanto não houver uma revolta popular, de consciência sócio-cultural, que altere essa histórica posição profundamente desfavorável, que segrega, que intimida, que empobrece, que angustia, que deprime, que distancia mais ainda de uma solução isonômica e democrática, capaz de produzir efeito benéfico sócio-politico-econômico e cultural para todos igualmente, sem molestar a maioria, como nesse perverso modelo atual e vigente.
A classe política e segmentos dos setores empresarial, cultural e econômico do Piauí continuam distanciados da realidade, do que acontece no mundo, nas ciências sociais, do progresso evolutivo e vanguardista ocorrido no planeta, do desenvolvimento registrado em outros estados federados da União e no mundo, porem, umbilicalmente aferrados aos jargões de que o repensavel pelo quadro de pobreza e de miséria do Estado, pelo seu subdesenvolvimento econômico e tradicional, é o governo Federal, a União Federal, para não se culpar dessa realidade produzida pelos políticos: governadores, senadores, deputados estaduais e federais, bem como os prefeitos, todos co-responsáveis e coadjuvantes desse processo e desse cenário nefasto, que provoca as fortes desigualdades, com programas como o Bolsa família, tentando minimizá-las, quando 48% da população estadual recebe recursos dessa rede social, o que comprova quadro social e econômico anacrônico e angustiante de total dependência de auxilio dos governos, o que também dificulta o desenvolvimento das atividades econômicas.
Magno Pires é advogado e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.
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