PREFEITOS E LÍDERES MUNICIPAIS NÃO APOIAM REELEIÇÃO GOVERNISTA – (I)
PREFEITOS E LÍDERES MUNICIPAIS NÃO APOIAM REELEIÇÃO GOVERNISTA – (I)
Magno Pires
A ciência política por não ser uma disciplina exata depende e/ou está sujeita às flutuações, às movimentações e mudanças da conduta e ações dos agentes políticos em sociedade; especialmente, em oportunidade de grandes eventos eleitorais, como as sucessões majoritárias na União, nos Estados e nos Municípios. Consequentemente, o quadro e/ou cenário sofre modificações eventuais instantâneas e momentâneas capazes de radicalizar e modificar todo o espaço político presumivelmente consolidado pouco tempo atrás.
A reeleição do governador Wellington Dias (PT) poderá sofrer uma mudança radical, com perca de sua proeminência, como no momento, porque os prefeitos, sob a lideranças de vários deputados e dos senadores, bem como líderes municipais não querem votar no governador. Justamente porque o Chefe do Executivo estadual não atende as demandas dos prefeitos para construirem equipamentos públicos em suas Sedes Municipais. Ou, promete e autoriza, mas as obras não são executadas porque os Secretários demandados não atendem as determinações do Chefe do Executivo, alegando falta de recursos e/ou desautorização posterior. Muitos Chefes de Executivos municipais têm documentos oficiais (deles com 10), com a determinação e/ou autorização do governador, porém, nada é realizado. E a alegação mais em voga é a de que não há dinheiro para fazê-los porque a prioridade é o pagamento da folha dos Servidores do Estado.
A alegação dos prefeitos, para não votarem na reeleição do Governador, é pela falta de cumprimento de acordos celebrados com essas autoridades municipais.
Se persistir essa situação de descrédito na palavra e nas promessas do Governador, não validadas, o Chefe do Executivo perderá o apoio político de quase a totalidade dos gestores municipais. E, consequentemente, a depender do apoio deles, caso não mude essa postura técnico-administrativa e política, a sua reeleição estará irremeavelmente sacrificada.
Exceto, se o Governador está assegurado e/ou confiando em sua vasta popularidade, reelegendo-se sem necessitar do apoio dos prefeitos, como acontecera com Eduardo Campos (PSB), em Pernambuco, e Cid Gomes (PSB), no Estado do Ceará, que nem sequer recebiam os prefeitos desses Estados e foram eleitos e reeleitos independentemente do embasamento político dos gestores nos municípios.
Entretanto, o ex-governador Wilson Martins, que não recebia os prefeitos e não atendia as suas demandas, embora sistematicamente alertado pela sua assessoria política, notadamente o ex-deputado José Luís Maia, que não seria eleito Senador e não faria o sucessor, se continuasse com a prática política de desatenção às lideranças municipais. Não deu outra: perdeu a eleição para Senador e Wellington Dias elegeu-se pela 3ª vez.
Wilson Martins imaginou que havia mudado a matriz política piauiense. Esta, porém, continua familiar e/ou oligárquica, inclusive na Gestão Wellington, com indicações de familiares para gestores de vários órgãos públicos. O Secretário Merlong Solano, por exemplo, crítico contumaz da oligarquia dos Pires/Lages/Ferreira quer indicar o irmão Delano Solano, para substituí-lo na Secretaria de Governo.
A construção da política piauiense permanece intensamente conservadora e familiar, sem preocupação com a administração Geral do Estado, para atendimento da sociedade, e o seu desenvolvimento sócio-político-econômico e cultural abrangente.
O ex-governador, embora haja feito uma boa administração, errou em pensar que tinha liderança popular suficiente para eleger-se Senador independentemente de apoio dos prefeitos.
Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico empresarial da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 99.950.300 acessos em 8 anos e quatro meses, e-mail: [email protected].