PREFEITOS E LÍDERES MUNICIPAIS NÃO APOIAM REELEIÇÃO GOVERNISTA – (II)
PREFEITOS E LÍDERES MUNICIPAIS NÃO APOIAM REELEIÇÃO GOVERNISTA – (II)
Magno Pires
Espelhou-se, evidentemente, o governador Wilson Martins (PSB) nas gestões dos Governadores dos Estados do Ceará e de Pernambuco, cujos líderes foram eleitos sem receber e/ou apoiar prefeitos. Esquecera-se, entretanto, o Governante do Piauí de que essas duas unidades federativas têm grandes polos industriais, de serviços, de informática, turísticos, comércio muito forte, polo agroindustrial (cana de açúcar – Pernambuco), dentre outros instrumentos de desenvolvimento econômico; empregando milhares de pessoas, que não dependem de políticos e/ou de política partidária para atender às suas necessidades básicas. Por falta de avaliação dessas conjunturas, acima relatadas, o ex-governador Wilson Martins sucumbiu, inexoravelmente, não se elegendo Senador.
O governador Wellington Dias (PT), para subestimar o apoio dos prefeitos, mas os enganando, com as falsas promessas de obra, deverá estar pensando apenas em sua forte liderança popular para reeleger-se; todavia, esquecido está de que o Piauí ainda não alterou e/ou desmontou a sua forte liderança oligárquica, adotada inclusive por ele próprio, ainda que filiado ao PT, agremiação da suposta esquerda nacional.
Compreendo, no entanto, que o Piauí não é ainda um Polo industrial, embora com um Polo de Saúde e outro de educação em Teresina e os vários projetos de energias solar e dos ventos no Semiárido, além da exuberância do agronegócio nos Cerrados, das jazidas de gás e petróleo, a partir de Floriano, e mais 34 municípios, com outras riquezas naturais no Sul e no extremo Sul. Esses investimentos são o forte prenúncio da autonomia econômica do Estado, contudo, não se configura uma contribuição forte capaz de mudar sua matriz política às eleições de 2018.
Neste aspecto econômico e em um cenário de pouco emprego, o governador Wellington não pode ainda alcançar e/ou alçar o patamar dos ex-governadores Cid Gomes e Eduardo Campos em menosprezar o apoio dos prefeitos piauienses à sua reeleição. Por esse caminho político perderá o pleito, embora ainda não se tenha um candidato opositor competitivo à liderança de Wellington.
Resta-lhe, entretanto, confiar na sua liderança popular, abraçando as camadas mais fragilizadas, precárias, necessitadas e miseráveis economicamente do Estado, além de continuar cativando e/ou agregando os oligárquicos ao seu Governo.
Consequentemente, nessa visão, poderá surgir um opositor, com as características política e comportamental de Mão Santa, em 1994, que recebia os prefeitos, dava-lhes prioridade e atenção, prometia obras e as executou. E cumpria acordos firmados antes da eleição vitoriosa. E que contradite o popularismo político do Governador petista, expondo os seus acordos; critique-o, açodadamente, sem medo e sem ódio; e convença verdadeiramente à sociedade e ao eleitorado de que fará uma gestão efetiva capaz de consolidar o desenvolvimento do Estado, com melhoria na educação, na saúde, na segurança e na infraestrutura principais preocupações e/ou demandas da sociedade.
Além da reeleição do Governador Wellington Dias, estão com propostas de candidatura à Chefia do Executivo do Piauí, o deputado estadual Luciano Nunes (PSDB), o atual senador Elmano Férrer (Podemos) e o empresário Fábio Sérvio (PSL).
Luciano Nunes não receberá o apoio do prefeito Firmino Filho. O líder tucano de Teresina deverá apoiar a reeleição do Governador. E o postulante Elmano Férrer, que se desligou do MDB, terá o apoiamento do ex-senador João Vicente (PTB); e, certamente, do empresário João Claudino, pai de João Vicente.
Permanece a indecisão do Governador quanto à escolha do candidato a Vice-governador. O Senador Ciro apostando e defendendo a atual Vice Margarete Coelho (Progressistas) e o MDB insiste com o presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho. É o cargo mais cobiçado às eleições de 2018. E, qualquer que seja a escolha, poderá haver um racha na base governista, com consequências imprevisíveis ao projeto de reeleição do Governador!
Consequentemente, diante desse cenário de imprevisão, portanto, e de dúvidas, a oposição permanece fragilizada para enfrentar o governador. E sem um candidato competitivo capaz de derrotar Wellington. Os ensaios do ex-Senador João Vicente, agora de volta ao PTB governista, e sem sê-lo do governo, aprofundam ainda mais a precária posição da oposição.
Magno Pires
Magno Pires é membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, ex-consultor jurídico empresarial da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 100.300.120 acessos em 8 anos e cinco meses, e-mail: [email protected].