Presidente da China será recebido no Congresso na quarta
O presidente da China, Xi Jinping, visitará o Congresso Nacional nesta quarta-feira (16), após participar da 6ª Cúpula do Brics em Fortaleza. O Brics é um grupo de países em desenvolvimento formado por Brasil, China, Rússia, África do Sul e Índia.
Em Brasília, Xi Jinping deve inaugurar uma exposição fotográfica no Salão Verde da Câmara sobre as relações diplomáticas entre o Brasil e a China, que completam 40 anos em agosto. Às 15 horas, ele participará de sessão solene do Congresso, no Plenário Ulysses Guimarães, também para celebrar a diplomacia entre os dois países.
Em abril, uma comitiva de deputados, composta pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e mais seis parlamentares, esteve na China para visita oficial de sete dias a convite do governo chinês. O deputado Felipe Maia (DEM-RN), que participou do grupo, destaca a importância de estreitar as relações com a nação mais populosa do mundo.
"A China hoje é o país que mais cresce dentro do Brics – no ano passado, foram 7,7%. Já o Brasil é o que menos se desenvolve. Ou seja, temos muito a aprender com o que for positivo em relação à China e que se encaixe ao sistema político brasileiro", comenta Maia.
Parceiro comercial
A China tornou-se em 2009 o maior parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos. Em 2013, o comércio entre os dois países somou quase US$ 90 bilhões, 5,1% a mais do que no ano anterior.
O deputado Osmar Júnior (PCdoB-PI), presidente do grupo parlamentar Brasil-China, ressalta o crescimento dos acordos entre os dois países. “Já são mais de 70 tratados de relações institucionais. Em junho, por exemplo, a Câmara aprovou um de extradição, correspondente à ampliação da presença de chineses no Brasil e de brasileiros na China", citou.
A professora de Relações Internacionais da UnB, Danielly Ramos, conta que o Brasil tenta ser mais incisivo na sua relação comercial com a China. O País, segundo ela, quer agregar valor aos produtos agrícolas exportados para a nação asiática e, para isso, convida a China a participar dos negócios agrícolas dentro do Brasil. “Ou seja, em vez de exportar soja, exportar óleo de soja. Os impostos chineses para importação do produto são altíssimos, muito mais altos do que a importação de grãos. O Brasil deseja que a China produza óleo no Brasil em vez de processá-lo nos seus portos", explica.
Danielly Ramos afirma, porém, que o Brasil tem se preocupado mais em se proteger do avanço chinês do que em atacar. Ela também diz que a pauta comercial é desequilibrada porque 80% das exportações brasileiras para a China são de produtos primários e se concentram em soja, ferro e petróleo.
Serviços
Fabrizio Panzini, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), acrescenta que a China está mudando seu perfil de crescimento e isso pode representar oportunidades para o Brasil: "A China deve crescer muito mais no seu mercado consumidor interno e no seu setor de serviços, que hoje é subdesenvolvido”.
Na reunião do Brics também deverão ser criados, segundo a Agência Brasil, o banco e o fundo do Brics. Eles seriam órgãos complementares ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O novo fundo terá capital inicial de US$ 100 bilhões para fazer face a eventuais desequilíbrios financeiros dos países do grupo.
Edição – Marcelo Oliveira