SÍLVIO DESISTE DO MDB E PROGRESSISTAS E REINGRESSARÁ NO PSDB
SÍLVIO DESISTE DO MDB E PROGRESSISTAS E REINGRESSARÁ NO PSDB
Magno Pires
A política partidária, aqui e alhures, é histórica e cotidianamente um chafurdo só. Os líderes não primam pela consistência das ações, das programações e das agremiações. Eles, os líderes, são os emolduradores e os responsáveis diretos e principais pela instabilidade dos partidos, consequentemente da Nação. Pois não respeitam as regras normativas das agremiações e as violam desde que os seus interesses partidários quanto ás eleições, às candidaturas e os respectivos mandatos não sejam preservados. Aquelas, essas e estes movem-se em condições periclitantes construídas e/ou motivadas pelos próprios líderes inadequadamente quando os seus interesses não são atendidos. E desligam-se e/ou desfiliam-se, sem quaisquer sentimentos dos partidos, quando o partido concorrente lhe oferece melhores vantagens quanto ao seu destino político; principalmente quando a eleição está garantida. Eleitorado e sociedade, elementos essenciais à construção de uma candidatura, pouco valem em sua decisão. E todos os políticos só percorrem esse caminho quando têm algum respaldo eleitoral na sociedade; embora, em parte, ele seja irrelevante à sua tomada de posição. Os líderes acham que manobram o povo em qualquer ocasião.
Nesse emaranhado de conveniências e ações partidárias estão inseridos dois líderes da política piauiense, relativamente à eleição para prefeito de Teresina, ainda que existam outros postulantes (Fábio Abreu, dr. Pessoa, dep. Fábio Novo), mas nenhum com as características do ex-prefeito Sílvio Mendes e de Firmino Silveira. Eles são os maiores líderes do tucanato teresinense; embora, nacionalmente, o PSDB esteja em queda, desmerecido do povo, especialmente em São Paulo, com o ex-governador Geraldo Alckmin e em Minas Gerais, com Aécio Neves, ex-governador e atual deputado federal.
O ex-prefeito Sílvio Mendes sabe do seu poder eleitoral na Capital. E Firmino o reconhece. Ele não é qualquer um. É, porém, um político de difícil negociação. Por isso, não pode descartá-lo na composição partidária à eleição de Teresina, porque poderá perder o maior colégio eleitoral pela inviabilidade de outro postulante. Mas Firmino não quer outro candidato que não seja filiado ao PSDB. Justamente, por isso, que Sílvio deverá reingressar no tucanato, após ter mantido conversas com os senadores Ciro e Marcelo Castro à procura de um aconchego partidário. Entretanto, parece ter desistido de filiar-se ao Progressistas e ao MDB, embora haja mantido entendimento com os Senadores acima nominados. Por esses partidos, Sílvio não seria eleito prefeito da Capital. Assim, o seu destino deverá ser mesmo o PSDB para ser o eventual candidato de Firmino à prefeitura de Teresina para ganhar o pleito mais facilmente.
Esse entendimento de Sílvio com Firmino assegura ao tucanato a gestão da Capital, dando prosseguimento ao bom trabalho de Firmino, com o ex-prefeito Sílvio Mendes vitorioso no pleito de outubro de 2020.
Nenhum dos nomes aventados pela mídia para ser o eventual candidato de Firmino têm o peso político-eleitoral de Sílvio Mendes. Justamente por isso, Firmino aceitará o reingresso de Sílvio ao PSDB para ser o seu candidato.
O médico Sílvio Mendes falou na mídia que Firmino não formou um candidato para substituí-lo. Todos os líderes têm essa conduta. Todos têm receio de fazê-lo: constituir líder para engoli-lo.
No entanto, esse comportamento cíclico e de vai-e-vem interpartidário de Sílvio vai lhe prejudicar no relacionamento com o MDB e com o Progressistas para futuros acordos na eventual ida de Sílvio para o PSDB, bem assim num provável 2º turno eleitoral na Capital. Justamente porque os senadores Marcelo Castro e Ciro não ficarão satisfeitos com o retorno e filiação de Sílvio ao tucanato. Descartando as duas agremiações acima nominadas – MDB e Progressistas. E Firmino terá que se explicar com Ciro. A esposa de Firmino, deputada Lucy, é filiada ao Progressistas.
Evidente que Firmino, não fosse o prestígio eleitoral de Sílvio, também não aceitaria o seu retorno ao ninho tucano. Acontece que será mais fácil a vitória de Firmino com Sílvio disputando. Pois, mormente, no PSDB, nenhum dos seus atuais liderados tem tanto voto e liderança quanto Sílvio. Este, portanto, é, disparadamente o melhor elemento para vencer a oposição. Mas, como Firmino é igual aos demais políticos do Piauí, fazendo qualquer acordo para ganhar uma eleição, aceitará Sílvio aos aposentos de sua exclusiva tucamania. Onde é o líder todo poderoso e incontestável.
Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, Portal www.magnopires.com.br, e-mail: [email protected].