Política
SILVIO ENFRENTARÁ ZÉ FILHO (II)
O governador Wilson Martins fixou-se em Zé Filho para substituí-lo. Foi a opção acertada. Além de um político de sucesso é o vice governador quem liderará o pleito. É também o presidente da toda poderosa FIEPI – Federação das Indústrias do Estado do Piauí, com 500 indústrias filiadas e milhares de operários.
E para onde irá o PT com a decisão do governador Wilson em apoiar Zé Filho (PMDB)? Dificilmente os petistas se lançarão nos braços do tucanato. Aí deverá entrar a implacável ação do PT nacional e da presidente Dilma Rousseff. O PT e PMDB são aliados nacionalmente, com o vice-presidente Michel Temer (PMDB). O partido, embora as escaramuças e reações do ex-governador Wellington Dias, permanecerá com o governismo, tolerando o PSB e o governador Wilson Martins. Com os dentes serrados apoiará Zé Filho, embora esteja lutando pela vice, que poderá tê-la, se negociar racionalmente. Mas, o PSB quer também indicar Wilson Brandão ou Átila Lira.
Os senadores Ciro Nogueira (PP), João Vicente (PTB) e Wellington Dias (PT) articulam-se para a formação de um blocao de oposição ao governismo, possivelmente com uma chapa encabeçada pelo ex-governador Wellington Dias. Todos foram da base do PSB, mas todos mantém os seus cargos na administração estadual. Nenhum mandou que seus liderados, com cargos no Estado, deixassem para fazer oposição. Até mesmo os três senadores fazem oposição amarela, sem grande vontade, tendo mais ameaças que efetivo rompimento. Fazem muito barulho na mídia e pouca ação concreta no campo adequado.
Esses três senadores são da base governista de Dilma Rousseff, assim como não rompem factivamente com Wilson, também não tomarão uma atitude de radical rebeldia com Dilma, especialmente o senador petista.
Especula-se também que os três já formaram uma chapa com Wellington na cabeça e Silvio Mendes de vice. Dificilmente isso acontecerá. Esse cenário, com Sílvio de vice, não acontecerá com esse grupo. E será mais provável realizar-se com Zé Filho e Wilson porque os tucanos têm um interlocutor nas conversações. É o ex-governador e ex-senador Freitas Neto, que é Diretor de Assuntos Econômicos da FIEPI, indicado por Zé Filho. E ninguém melhor para negociar esse provável cenário do que Freitas. Tem credibilidade. E conhece, como ninguém, os meandros dos bastidores da política estadual, embora afastado da atividade; porém, no centro do poder como empresário no setor educacional.
Esse será o provável desdobramento da permanência de Sílvio Mendes no tucanato. O evento eleitoral de 2014 será radicalmente diferente porque o povo permanecerá de prontidão nas ruas até lá. Os políticos enganadores, trapaceiros, mentirosos, patrimonialistas, clientelistas e burocráticos estão na mira do povo nas cidades e nos grotões. A rede social vai cassar mandato de muita gente. E a evolução do voto consciente fará as mudanças historicamente negadas pelas velhas e surradas matrizes políticas feudais e patriarcais, que há anos dirigem o Piauí.
O prefeito Firmino Filho (PSDB) permanecerá com Sílvio Mendes, embora as fortes ligações com Wilson Martins, não só nas parcerias administrativas. Mas também políticas. E peça chave no xadrez sucessório de 2014 pela amizade com Wilson Martins e pelo município que representa.
Magno Pires é Presidente da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (CEPRO) e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.
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