SUCESSÃO ESTADUAL DE 22 TEM TRÊS POSTULANTES
SUCESSÃO ESTADUAL DE 22 TEM TRÊS POSTULANTES
Magno Pires
Entre as sucessões de 22 e 26 para o governo estadual, está o evento das eleições municipais de 20, para prefeitos e vereadores. Entretanto, fala se muito no evento de 22 para governador, senador, deputados estadual e federal, porém, precipuamente para governador. E já tem três eventuais concorrentes: Ciro Nogueira, Rafael Fontele e Regina Souza, respectivamente, senador da República, Secretário da Fazenda e Vice-Governadora.
Rafael e Regina Souza são filiados ao PT e Ciro Nogueira ao Progressistas, ex-PP, que o deputado Júlio Arcoverde entende que o passado pepista deve ser alijado da atual sigla porque reacende, certamente, as origens do Mensalão e da Lava-Jato quando membros do partido foram condenados e estão presos por vários crimes de corrupção. E também filiados ao partido, no passado, foram envolvidos no esquema dos Anões do Orçamento.
Essas ligações com o crime organizado estão em quase todas as agremiações brasileiras, especialmente as grandes como PT, PMDB, PSDB, PTB... E, nem por isso, deixarão de ter candidatos às eleições de 20, 22 e 26. Também nenhum partido foi extinto pela Justiça Eleitoral, apenas alguns mudaram a sigla e assim permanecem no cenário nacional. A legislação eleitoral prevê que os filiados condenados e presos por corrupção devem ser expulsos dos partidos. E estes devem tomar a iniciativa de expulsá-los, porém, nem sequer o PT, o PMDB, o PSDB, dentre outros, expulsaram esses integrantes de organizações criminosas.
O ex-presidente Lula (PT) e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), ambos presos e condenados por corrupção, não foram expulsos e para nominar apenas esses dois ex-líderes políticos.
Rafael, Regina e Ciro são os mais citados à sucessão de 22. Os dois são poderosos. Rafael controla as finanças do Estado e Regina passará a comandar o Piauí 10 (dez) meses antes das eleições de 22, podendo postular a governança estadual, com a desencompatibilidade do Governador Wellington Dias (PI) para concorrer ao Senado Federal.
E o Senador Ciro Nogueira (Progressistas) seria a alternativa da coligação governista às eleições de 22 com o apoio do PT. Mas será que o PT vai entregar o poder ao Progressistas, embora Wellington seja o postulante ao Senado, com o apoio dos coligados? todos acham muito difícil essa saída pacífica. Muitos apostam nas dissensões, no rompimento.
E será que o Senador Ciro toparia essa briga? é coisa para o futuro, embora Ciro viaje pelo interior com o prefeito Firmino Filho (PSDB) e a esposa do prefeito de Teresina está filiada ao Progressistas.
As suposições políticas são muitas e as incertezas também. As hipóteses lastreiam todo o universo política da sucessão de 22. E Rafael, Regina, o PT e, principalmente, o Governador Wellington devem navegar nesse cenário nebuloso durante muito tempo. Justamente porque nenhum vai se decidir agora, notoriamente Ciro, para não perder os vários cargos que detém na governança estadual.
Enquanto isso, os petistas se consolidam, ainda que o fenômeno eleitoral da última eleição e o presidente Bolsonaro poderão tisnir e prejudicar as intenções petistas para o evento de 22. O PT perdeu o poder central, o governo, e o seu mega-líder Lula está preso e condenado e a agremiação não tem um similar de Lula no mercado político e partidário. A ex-presidente Dilma foi cassada pelo Congresso Nacional – Senado e Câmara – e perdeu a eleição majoritária para o Senado em Minas Gerais.
O PT perde ascensão. Perde líderes. Perdeu o poder central. Perdeu deputados, senadores, prefeitos e governadores. HADDAD foi vencido por Bolsonaro. O partido ainda perdeu o apoio da classe média, rebaixou a sua popularidade. A ética e a moral deixaram de ser os seus paradigmas. A agremiação está em queda.
Todas essas ponderações batem na sucessão de 22 no Piauí, embora Wellington seja o maior líder político do Estado que também não tem substituto. Ele é único no PT e no Piauí.
Entretanto, os cofres do Estado estarão nas mãos de Regina e do PT em 22, com a saída do governador para disputar o Senado.
Portanto, se mantiver a maioria de deputados na Assembleia Legislativa; controlar os partidos coligados; permanecer unida a coligação em torno do PT; assegurar o apoio do Senador Ciro e de Marcelo Castro (PMDB) à coligação governista; se o presidente Bolsonaro se enfraquecer político, econômico e administrativamente, poderá eleger o seu sucessor.
Havendo, entretanto, uma dissidência do Senador Ciro, com o apoio do PMDB e dos oposicionistas, com a ajuda de Brasília, dificilmente o PT fará o sucessor. Ainda que todo o Nordeste esteja entregue às supostas esquerdas nos governos estaduais, o que auxilia em qualquer cenário uma sucessão favorável ao governismo do PT, do PSB e do PDT na região.
O Senador Marcelo Castro (PMDB) não deixará a coligação petista, embora o MDB o queira como candidato ao Poder Executivo. Marcelo é fiel ao Governador Wellington porque jamais seria Senador sem o seu imprescindível apoiamento. Fala-se na gratidão.
Por conseguinte, as suposições políticas, as incertezas e as hipóteses persistirão evidente e claríssimas no cenário às eleições da sucessão estadual de 22. E paciência, ansiedade e emoção são os antídotos recomendados.
Magno Pires é Membro da Academia Piauiense de Letras, ex-Secretário da Administração do Piauí, Advogado da União (aposentado), jornalista, administrador de empresas, ex-consultor jurídico da Companhia Antactica Paulista (Hoje AMBEV) 32 anos. Portal www.magnopires.com.br com 119.200.190 acessos em 9 anos e onze meses. e-mail: [email protected].