WILSON MARTINS E ZÉ FILHO
*Magno Pires
Nenhuma sucessão, nem sequer a familiar, é fácil de acontecer; especialmente quando o gestor a ser substituído faz uma administração elogiada pela maioria da sociedade. A gestão consagrada é de difícil substituição. E a sociedade prefere a sua permanência. A gestão política, assim como a familiar, são as mais difíceis de ser substituídas. Na área dos executivos prevalece a racionalidade. Nesses casos, as mudanças prejudicam os negócios públicos e privados, e a sociedade, bem como o eleitorado, ficam na expectativa irreal e imaterial de que o gestor poderá permanecer no cargo. O clima de indefinição e expectativa causam forte instabilidade em todos os agentes, por que a política, por ser uma ciência inexata, vive sempre num ambiente de traições e especulações, imponderações, ansiedades e esperanças, o que causa grande irritação. Quem não quiser conviver nesse ambiente não seja político. Os políticos, até sem pretenderem e desejarem, causam ansiedades na sociedade. E muitos, certamente a maioria, são até irresponsáveis quando falam sobre muitas matérias do interesse público, principalmente quando não podem solucionar os diversos problemas que se lhes antepõem e pospõem.
A indecisão da saída do governador Wilson Martins tem gerado esse quadro; justamente porque sua administração é reconhecida e aceita. Eu, com experiência de vários anos assessorando governadores, não creio na sua permanência no cargo, embora possa defendê-la porque o Estado necessita de uma atitude histórica e política desse nível. Contudo, querer isso de um político bem sucedido é demais. Por isso, se depender deste seu auxiliar, ele deverá postular o Senado Federal e ajudar firmemente na eleição, também vitoriosa, do vicegovernador Zé Filho.
A sucessão, que está na rua há bastante tempo, tem causado irrefreável ansiedade porque muitos políticos do PMDB não merecem confiança nem sequer credibilidade da sociedade. Os partidos aliados têm forte e justificado receio de certos políticos da agremiação porque não têm nenhum compromisso com a gestão do Estado, suas políticas públicas, com as finanças públicas.... porque direcionam a “coisa” pública para atender prioritariamente às suas empresas, os seus negócios, às suas corporações e aos seus negócios privados. É o PMDB patrimonialista, clientelista e familiar. É isso que ouço na rua, nas conversas, nas rodas, dos políticos e dos empresários. E até mesmo de peemedebistas e expeemedebistas. Justamente porque também o PMDB não têm uma liderança única. Várias são as justificativas. E todos falam assuntos diversos.
O vicegovernador Zé Filho, que difere da maioria dos peemedebistas “ditos históricos”, terá esse grande problema para resolver. Deverá refrear, agora e no governo, esse ânimo irracional de figuras de seu partido e de seus partidários, que já dividem até os cargos. Essa gente, que prefiro não nominar, mas se insistirem nessa molecagem, inclusive de estar, já agora, em dois palanques de o de Wellington e o Zé Filho, citarei os nomes. As ruas, nem sequer toleram mais esse tipo de político, porém, eles não sabem fazer d’outro jeito porque viceral e historicamente viciados nessa velha política dos anos 40/50, herdada de seus antepassados, que tiveram influencia à época. Não obstante essa situação, Zé Filho se reelegerá e Wilson será o seu forte cabo eleitoral.
Magno Pires é exSecretário de Administração do Estado do Piauí e Membro da Academia Piauiense de Letras – APL.
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